A Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) confirmou neste sábado a morte da mulher acusada de matar o pai e a madrasta em 2022. Ela estava presa desde maio de 2023 na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba e faleceu na última quinta-feira, um dia após ser transferida para o Centro de Custódia Hospitalar Vila Nova onde recebia atendimento médico.
Em nota, a SSPS informou que o óbito se deu por complicações decorrentes de comorbidades. A paciente tinha histórico de diabetes, obesidade, hipertensão arterial e tratava uma infecção do aparelho urinário. A transferência ocorreu a pedido do médico responsável pela Unidade Básica de Saúde da Penitenciária de Guaíba.
O velório ocorreu na tarde do sábado, em Porto Alegre, e o corpo foi cremado no início da noite, em Glorinha.
O crime ocorreu em 2022 e repercutiu por conta da brutalidade dos fatos apontados pela investigação policial. Em 27 de fevereiro daquele ano, a acusada e o filho, na época com 26 anos, visitaram Rubem Heger, de 85, e a esposa, Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53, na residência deles, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. O casal nuca mais foi visto.
Buscas foram realizadas, mas os corpos nunca foram encontrados. A investigação concluiu, diante de depoimentos, câmeras de vigilância e outras provas colhidas, que Rubem e Marlene foram assassinados e mãe e filho foram indiciados.
A motivação, segundo o MP, seriam desavenças e interesse financeiro. Pai e filha teriam rompido relações em 2016.
Os dois seriam julgados em novembro de 2024, contudo, a sessão foi cancelada após um acordo de delação premiada firmado pelo Ministério Público (MP) com o filho. Na delação, ele revelou que o casal foi envenenado com uma substância colocada na comida pela acusada e que após ele ajudou a levaram os corpos para a própria residência, em Canoas, onde atearam fogo nos os restos mortais dentro de uma churrasqueira.
O júri foi adiado pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Cachoeirinha para a realização de perícias. Ainda não há nova data para o julgamento.
A mulher era acusada de homicídio e ocultação de cadáver e sempre negou autoria. Agora, com sua morte, o processo contra ela será encerrado. O filho, acusado dos mesmos crimes, recebeu laudo de esquizofrenia em novembro de 2022, após avaliação do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), onde permanece internado. O réu foi considerado inimputável, ou seja, incapaz de compreender os atos pelos quais é acusado.
Correio do Povo