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Estabelecimento do Bom Fim denuncia abordagens da BM e da Guarda Municipal em eventos de carnaval

Comércios da Rua Fernandes Vieira foram alvos de diversas abordagens no domingo (2); dois locais foram autuados pela fiscalização municipal

Por Poa 24 Horas em 07/03/2025 às 17:07:46
Policiais da Guarda Municipal com aparato bélico durante abordagem em eventos de carnaval no Bom Fim. Foto: Reprodução

Policiais da Guarda Municipal com aparato bélico durante abordagem em eventos de carnaval no Bom Fim. Foto: Reprodução

No final de tarde deste domingo (2), eventos de carnaval realizados por estabelecimentos da Rua Fernandes Vieira, no bairro Bom Fim, foram alvos de abordagens da Brigada Militar, da Guarda Municipal e da fiscalização municipal. Dois dos estabelecimentos foram autuados.

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Segundo Jane Pilar, uma das sócias do Café Cantante, que realizava um evento carnavalesco em parceria com o Buteco do Bonfa, ocorreram três abordagens da Brigada Militar nos locais. "[A Brigada Militar] já tinha vindo aqui pelas 17h da tarde. Por volta das 19h10, a Brigada estava em frente ao bar do lado, o Vintage Lab. Como eles também sofrem muitas abordagens, eu fui ali. O policial queria autuar a gente pelo som, porque uma vizinha da frente estava incomodada. Ele estava registrando [a autuação] sem a presença da reclamante. Eu disse que ele não podia fazer uma ocorrência sem a presença dela, que eu não iria assinar".

Jane relata que o evento com DJ já estava programado para terminar às 21h por conta da transmissão do Oscar. A última abordagem ocorreu perto do horário de encerramento, quando a Brigada Militar voltou ao local acompanhada de três carros da Guarda Municipal, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da fiscalização municipal.

"[Agentes da Guarda] vieram com fortes aparatos bélicos e intimidando os clientes. Me intimidaram, disseram que eu não podia tá com som na calçada. O fiscal foi hostil comigo. Fizeram um auto de infração dizendo que eu estava sem autorização, mas eu tenho autorização de música até a meia noite. Eles disseram que tinha que ter uma autorização de calçada, que estava obstruindo o passeio e a rua. A rua não teria como, porque se as pessoas estivessem no meio da rua elas iam ser atropeladas", disse.

Em publicação em rede social, o perfil do Café Cantante questiona as diversas abordagens em um mesmo dia, uma vez que, por recomendação do Ministério Público (MP), a Prefeitura de Porto Alegre proibiu a realização de eventos de carnaval de rua no bairro Cidade Baixa alegando "impossibilidade de garantir segurança dos frequentadores, moradores e comerciantes".

Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) informou que: "A SMSEG por meio da Guarda Municipal (GM) e Diretoria Geral de Fiscalização (DGF) em conjunto com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos (SMDETE) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estão realizando a Operação Esforço Concentrado. Os estabelecimentos comerciais que não estavam cumprindo as determinações vigentes receberam autos de infração. A Guarda Municipal acompanha as ações para prestar apoio na segurança dos agentes e não teve nenhum ato intimidador ou atitude que ocasionasse alguma falta de respeito com qualquer cidadão. A GM é comprometida a apoiar os munícipes e prestar a segurança e atendimentos necessários", disse em nota.

A assessoria da Brigada Militar também foi questionada pela reportagem, mas informou que, por hora, não está autorizado nenhum tipo de entrevista por parte de representantes da BM.

Essa não foi a primeira denúncia de abordagem policial durante as festividades de Carnaval na Capital nos últimos dias. No sábado (28), o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) denunciou que uma militante negra trans foi espancada por policiais militares durante a noite de sexta-feira (28) na Cidade Baixa, em Porto Alegre.

Fonte: Sul21

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