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'Bando do Magrelo' representa ameaça ao PCC apenas no interior de São Paulo, dizem especialistas

Após operação do MPSP, cinco dos oito integrantes identificados pelo órgão foram presos; o líder foi capturado nesta terça-feira

Por Gervásio do POA 24h 27/05/2023 às 10:19:25

Grupo rival do PCC tem alto poder bélico

Apontada como rival do PCC (Primeiro Comando da Capital), a organização criminosa criada e liderada por Anderson Ricardo de Menezes, mais conhecido como Magrelo, provocou uma disputa sangrenta pela rota do narcotráfico na região de Rio Claro, no interior de São Paulo, nos últimos dois anos. Apesar do poder bélico e da movimentação vultosa de dinheiro, especialistas dizem que o grupo oferece apenas uma ameaça local.

O bando é alvo de uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) de Piracicaba, do MPSP (Ministério Público de São Paulo). Oito integrantes, incluindo Magrelo, já foram identificados pelo órgão. Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas.

Durante operação do Gaeco em parceria com o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), em 17 de maio, cinco membros da organização rival do PCC foram presos preventivamente. Na terça-feira (23), a Polícia Militar Ambiental também conseguiu capturar Magrelo, durante patrulhamento, entre as cidades de Novo Horizonte e Borborema, a cerca de 220 quilômetros de Rio Claro.

Para a desembargadora do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) Ivana David, o grupo liderado por Magrelo — também conhecido como "Chefe", "Patrão" e "Barabas" — pode ser considerado somente uma ameaça regional ao PCC, pois a estrutura ainda é pequena. Em razão disso, eles não podem ser denominados facção criminosa, a exemplo do PCC ou do Comando Vermelho.


Magrelo, líder da organização

que acontece de hoje para amanhã. São disputas de mercado. Quando o grupo [de oposição] se tornar um incômodo, há duas possibilidades: eles podem se integrar ao PCC ou a facção paulista vai cortar o fornecimento de drogas", afirma Christino.

Magrelo: opositor de Marcola?

Criador da organização criminosa em Rio Claro, o traficante Anderson Ricardo de Menezes, de 48 anos, se considera o "novo Marcola". Na denúncia do MPSP, obtida pelo R7, ele é descrito como o chefe da criminalidade local, sendo respeitado na área por meio do comportamento violento.

"[Ele] não admite desaforos, seja de outros criminosos de seu grupo, seja de pessoas envolvidas com outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital. A consequência de quem ousa contrariar as determinações de Anderson Ricardo é uma só: a morte", dizem os procuradores responsáveis pela investigação.

Esta não é a primeira vez que Magrelo é alvo de investigações pelo Gaeco de Piracicaba. Em 2014, foi deflagrada a Operação Carro Falso contra uma organização criminosa acusada de falsificação, adulteração, roubo e furto de documentos e veículos, da qual ele fazia parte.

A denúncia do MPSP também mostra que, ao longo dos anos, Anderson Ricardo "evoluiu na criminalidade". Antes de ser preso, nesta terça-feira, ele ostentava alto padrão financeiro, fruto do tráfico de drogas, morava em um condomínio fechado e frequentava ambientes da alta sociedade rio-clarense.

Em uma conversa por WhatsApp entre integrantes da organização criminosa, a que o MPSP teve acesso, Willian Ribeiro de Lima Diez, considerado o braço direito de Magrelo, afirma que o grupo chegou a lucrar R$ 100 mil por semana com a venda de drogas.

Questionada sobre a comparação com o líder máximo do PCC, a desembargadora Ivana David alega que "o Anderson é uma pessoa violenta. Ele não é parecido com o Marcola, ele é parecido com o Pablo Escobar. Ele vai matando todo mundo que vai passando na frente dele".

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