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Caso Gabriel: audiências na Justiça Militar são suspensas após acidente com advogados de PMs

Por Editor em 30/01/2023 às 14:59:12
Colisão aconteceu na BR-290, próximo de São Gabriel. Audiências foram remarcadas para os dias 15 e 16 de fevereiro. Previsão é de que sejam ouvidas 17 testemunhas. Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos

Arquivo Pessoal/Reprodução

Duas audiências na Justiça Militar do caso da morte de Gabriel Marques Cavalheiro, ocorrida em agosto do ano passado, depois de uma abordagem policial, foram suspensas. O motivo foi um acidente envolvendo os advogados de defesa dos três PMs acusados. As audiências estavam previstas para esta segunda (30) e terça-feira (31).

O acidente aconteceu na BR-290, próximo de São Gabriel, na Fronteira Oeste do estado. Foi uma colisão na traseira do veículo em que estavam os advogados Maurício Custódio e Shaiane Barreto, que precisou ser hospitalizada.

As audiências foram remarcadas para os dias 15 e 16 de fevereiro. A previsão é de que sejam ouvidas 17 testemunhas de acusação, defesa e pessoas citadas nos depoimentos.

Os três policiais, o sargento Arleu Junior Jacobsen e os soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima, respondem na Justiça Militar pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Eles também são réus na Justiça comum.

Vídeo mostra abordagem a jovem desaparecido em São Gabriel

Relembre o caso

Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, se mudou de Guaíba, onde morava com os pais, para São Gabriel, onde iria prestar o serviço militar obrigatório. O jovem estava hospedado na casa de um tio, mas a irmã também mora na cidade.

Ele desapareceu no dia 12 de agosto, após ser abordado por três policiais militares na Avenida Sete de Setembro. Uma vizinha da casa em que ele estava hospedado chamou a polícia porque, segundo ela, o jovem estaria forçando o portão que dá para o pátio em frente ao imóvel.

Os policiais teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura militar. Testemunhas disseram que ele foi atingido por "pelo menos dois ou três golpes de cassetete". Essa foi a última vez que Gabriel teria sido visto com vida.

Buscas

O tio de Gabriel deu falta do sobrinho no dia seguinte, 13 de agosto, e comunicou a família em Guaíba. Com a ajuda do Corpo de Bombeiros, os familiares que residem em São Gabriel começaram a procurá-lo. A família de Guaíba chegou em São Gabriel no dia 15 de agosto.

A Brigada Militar (BM) negou, inicialmente, que tivesse levado Gabriel de viatura até algum lugar. Depois, a corporação corrigiu a informação e disse que os policiais levaram o jovem para uma região no interior do município conhecida como Lava Pés, distante cerca de 6 km de onde houve a abordagem. O sistema de GPS do veículo indicava que foi feito o trajeto até o local.

As buscas foram feitas a pé, com o uso de cães farejadores e com um helicóptero ao longo de oito dias. O corpo foi localizado no dia 19 de agosto, submerso em um açude na localidade.

Equipes da Brigada Militar no local onde corpo de jovem foi encontrado em São Gabriel

Reprodução/RBS TV

Prisões

No mesmo dia em que o corpo foi achado, os três policiais foram presos preventivamente. A Justiça Militar entendeu que os agentes promoveram "abandono de pessoa que está sob seu cuidado, guarda ou vigilância e falsidade ideológica" e alteração de documento público.

Os três policiais prestaram depoimentos em três ocasiões, sendo duas vezes para a BM e uma para a Polícia Civil. Em todas, eles negaram envolvimento no assassinato de Gabriel.

Investigação

Um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) constatou que a causa da morte de Gabriel foi "hemorragia interna". O documento divulgado em 29 de agosto apontou que o jovem apresentava "sinais de ação por instrumento contundente". No entanto, o sangue encontrado na viatura policial não era do rapaz.

No mesmo dia, os policiais foram indiciados no inquérito militar por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, a Polícia Civil indiciou os suspeitos por homicídio doloso triplamente qualificado.

Já no dia 5 de setembro, o Ministério Público denunciou os policiais por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A investigação considerou que os acusados agiram por meio cruel, motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

A Justiça aceitou a denúncia, e os policiais viraram réus no dia 6 de setembro.

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Tia Carmen
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