• Porto Alegre, 21/11/2024
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Bebê é retirada do próprio velório em Santa Catarina após suspeita de apresentar sinais vitais

Laudo cadavérico, no entanto, aponta que criança morreu antes da cerimônia de despedida

correio do povo
Bebê é retirada do próprio velório em Santa Catarina após suspeita de apresentar sinais vitais Bebê é retirada do próprio velório em SC
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Um acontecimento no último sábado abalou a cidade de Correia Pinto, em Santa Catarina. O hospital do município atestou a morte de uma bebê de oito meses e liberou o corpo para o velório. Porém, durante a cerimônia, familiares teriam notado que a temperatura corporal da criança se mantinha e que não havia rigidez no corpo, além de terem tido a sensação de que a menina mexia os braços e as mãos dentro do caixão.

Um farmacêutico, o Conselho Tutelar e o Corpo de Bombeiros foram chamados, e teriam constatado, por meio de oxímetro infantil e estetoscópio, que a criança apresentava saturação e batimentos cardíacos fracos, além de pupilas contraídas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo.

A bebê foi levada novamente pelos bombeiros ao hospital, onde foi realizado um eletrocardiograma, e a direção declarou, mais uma vez, que não foram constatados batimentos cardíacos, confirmando o óbito.

O que diz a família e a cronologia do caso

O pai relatou que a criança passou mal na noite da última quinta-feira e ela foi levada ao hospital. O médico teria diagnosticado uma virose, aplicado soro, receitado medicamentos e liberado a paciente.

Ela voltou a passar mal na madrugada de sábado, foi levada novamente ao hospital e o mesmo médico teria atestado a morte por volta das 3h da manhã. As informações contidas na declaração de óbito seriam divergentes das repassadas à família.

O médico teria informado que a causa da morte seria asfixia por vômito, mas, na declaração de óbito, constava desidratação e infecção intestinal bacteriana.

O velório começou entre 6 e 7h, mas a bebê teria apresentado sinais de vida durante a cerimônia. Ela foi levada novamente pelos bombeiros ao hospital por volta das 19h, diante da constatação de batimento cardíaco e saturação baixa em oxímetro, palpação e auscultação. Após a realização de um eletrocardiograma, a direção declarou que não foram constatados sinais vitais.

Laudo cadavérico aponta que não foram observados sinais vitais reais

O laudo cadavérico solicitado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em caráter de urgência para saber se a bebê de Correia Pinto poderia estar viva no velório foi concluído, e a Polícia Científica descartou a possibilidade de ela ter apresentado sinais vitais reais durante a cerimônia. A perícia confirmou que ela morreu por volta das 3h da manhã de sábado, conforme consta no atestado de óbito emitido pelo hospital.

O documento é sigiloso por se tratar de uma criança, mas o médico legista aponta diversas razões possíveis para a percepção de calor e leituras de pulso e saturação no oxímetro durante o velório.

Agora, o MPSC aguarda a conclusão do laudo anatomopatológico para saber a causa da morte e se houve negligência no primeiro atendimento médico, realizado na quinta-feira, ou em alguma outra etapa do processo.

Esse laudo deve ser concluído em 30 dias. O Promotor de Justiça da comarca, Marcus Vinícius dos Santos, afirma que "o Ministério Público continuará acompanhando a investigação para verificar se houve irregularidades".



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